Avançar para o conteúdo principal

Febre em Crianças

A Febre em crianças é uma das razões mais comuns que levam os pais a procurar aconselhamento médico. Como uma resposta adaptativa do sistema imunitário contra agentes infecciosos, a febre é um processo benéfico e um indicador positivo da saúde do sistema imunitário.
A maioria dos casos de febre resolvem-se sem complicações e respondem bem a terapias naturopáticas direccionadas a melhorar o conforto da criança ao mesmo tempo que dá apoio ao corpo para que recupere.

A Febre é definida como a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitas como indicadores de febre, temperatura rectal acima de 38º C e Axilar ou oral acima de 37,5º C.
Os Bebés e crianças estão mais susceptíveis a febres devido ao seu pequeno tamanho, pequena quantidade de gordura subcutânea e devido a um sistema imunitário imaturo.
Os prestadores de cuidados de saúde encontram-se geralmente de acordo na medida em que como resposta adaptativa imunitária contra agentes infecciosos, a febre é um processo benéfico e um indicador positivo da saúde da função imunitária.
Apesar da maioria dos casos de febre serem indicadores de pequenas infecções, podem também indicar infecções mais graves, como a pneumonia ou a meningite. Compreensivamente, a possibilidade de doenças mais graves cria ansiedade nos pais. Os pais também se preocupam com os possíveis ataques febris e acreditam que a febre não tratada pode induzir danos cerebrais.

Depois de se ponderar as implicações da febre, a pergunta mantêm-se em relação ao tratamento com antipiréticos, não apenas se se deve ou não iniciar a terapia, mas também em relação ao tipo e à dose que deve ser aplicada.

As técnicas de Hidroterapia têm um longo historial na Naturopatia. Estes tratamentos são seguros e fáceis de implementar nas crianças em casa, porque o maior órgão do corpo, a pele e o seu sistema vascular têm muito controlo na eliminação e conservação do calor.
O tratamento mais comum de hidroterapia em crianças pequenas é com água tépida/morna ou panos frios. Ambos os tratamentos promovem o arrefecimento por condução e a perda de calor por evaporização, os panos frios também estimulam a pele através da fricção.

As plantas medicinais têm obtido bastante sucesso no tratamento de febres em crianças, Estas plantas incluem o Mil-folhas (Achillea millefolium), Ervas dos gatos (Nepeta cataria), Tília (Tilia tomentosa), Sabugueiro (Sambucus nigra), Rainha-dos-prados/Ulmária (Filipendula ulmaria) e Hortelã (Mentha piperita), que podem ser combinadas com estimuladores imunitários como a Equinácea (Echinacea spp.) ou a Andrographis (Andrographis paniculata). Em adição a isto, a Camomila (Matricaria chamomilla) pode ser adicionada em crianças agitadas ou desconfortáveis.
Para tratar órgãos específicos podem ser adicionadas outras plantas como por exemplo, o Buchu (Barosma betulina) para infecções urinárias, Hidrastes (Hydrastis canadensis) para afecções gastrointestinais, ou Hissopo (Hyssopus officinalis) para infecções do trato respiratório.
Estas preparações podem ser administradas como chás ou tinturas, doseadas de forma adequada para a idade e peso. Os Chás podem também ser arrefecidos a uma temperatura confortável e usados como enemas ou combinados com os princípios da hidroterapia e usado como um banho de esponja.

Recuperar de uma infecção é um dos mais importantes processos de regeneração do corpo.
A Febre estimula a produção de leucócitos, interleucinas, interferões, e o factor de necrose tumoral, como parte de uma resposta inflamatória aguda ao agente infeccioso. De acordo com os princípios naturopáticos, deve-se identificar e remover a causa subjacente da doença, assim, procura-se apoiar a função imunológica que dá respostas a esses patógenos.

Incentivar os pais a monitorizar a criança doente para sinais de desidratação, irritabilidade, nível de actividade e alimentação, em vez de simplesmente medicar com base num número.

Referências
1 Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
2 Sarrell EM, Wielunsky E, Cohen HA. Antipyretic treatment in young children with fever: acetaminophen, ibuprofen or both alternating in a randomized, double-blind study. Ach Pediatr Adolesc Med. 2006; 160(2): 197-202.
3 Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
4 Ibid.
5 Jhaveri R, Byington CL, Klein JO, Shapiro ED. Management of the non-toxic appearing acutely febrile child: A 21st century approach. J Peds. 2011; 159(2): 181-185.
6 Kramer MS, Naimark L, Leduc DG. Parental fever phobia and its correlates. Pediatrics. 1985;75(6):1110–1113.
7 Baraff LJ. Management of infants and young children with fever without source in infants and children. Pediatr Ann. 2008;37(10): 673-679.
8 Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
9 Jhaveri R, Byington CL, Klein JO, Shapiro ED. Management of the non-toxic appearing acutely febrile child: A 21st century approach. J Peds. 2011;159(2)181-185.
10 Kramer MS, Naimark L, Leduc DG. Parental fever phobia and its correlates. Pediatrics. 1985;75(6):1110–1113.
11 Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
12 Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med. 2003;42(4):530-545.
13 Ibid.
14 Torrey SB, Henretig F, Fleisher G, et al. Temperature response to antipyretic therapy in children: relationship to occult bacteremia. Am J Emerg Med. 1985;3(3):190-192.
15 Weisse ME, Miller G, Brien JH. Fever response to acetaminophen in viral vs. bacterial infections. Pediatr Infect Dis J. 1987;6(12):1091-1094.
16 Baker MD, Fosarelli PD, Carpenter RO. Childhood fever: correlation of diagnosis with temperature response to acetaminophen. Pediatrics. 1987;80(3):315-318.
17 Mazur LJ, Jones TM, Kozinetz CA. Temperature response to acetaminophen and risk of occult bacteremia: a case-control study. J Pediatr. 1989;115(6):888-891.
18 Baker RC, Tiller T, Bausher JC, et al. Severity of disease correlated with fever reduction in febrile infants. Pediatrics. 1989;83(6):1016-1019.
19 Yamamoto LT, Wigder HN, Fligner DJ, et al. Relationship of bacteremia to antipyretic therapy in febrile children. Pediatr Emerg Care. 1987;3(4):223-227.
20 Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med. 2003;42(4):530-545
21 Ibid.
22 Jhaveri R, Byington CL, Klein JO, Shapiro ED. Management of the non-toxic appearing acutely febrile child: A 21st century approach. J Peds. 2011;159(2)181-185.
23 Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med. 2003;42(4):530-545
24 Baraff LJ. Management of infants and young children with fever without source in infants and children. Pediatr Ann. 2008;37(10): 673-679.
25 Baraff LJ. Editorial: Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med. 2003; 42(4):546-549.
26 Nield LS., Kamat D. Fever without a Focus. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:896-902.
27 Ibid.
28 Jhaveri R, Byington CL, Klein JO, Shapiro ED. Management of the non-toxic appearing acutely febrile child: A 21st century approach. J Peds. 2011;159(2)181-185.
29 Ibid.
30 Baraff LJ. Editorial: Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med. 2003; 42(4):546-549.
31 Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
32 Hay AD, Redmond NM, Costelloe C, Montgomery AA, Fletcher M, Hollinghurst S, Peters TJ. Paracetamol and ibuprofen for the treatment of fever in children: the PITCH randomised controlled trial. Health Technol Assess. 2009;13(27) iii-iv, ix-x, 1-163.
33 Miller RJ, Bailey J, Sullivan K. Clinical Inquiries: Does lowering a fever > 101 F in children improve clinical outcomes? J Fam Pract. 2010;59(6)353, 360.
34 American Academy of Pediatrics, Steering Committee on Quality Improvement and Management, Subcommittee on Febrile Seizures. Febrile seizures: clinical practice guidelines for the long-term management of the child with simple febrile seizures. Pediatrics. 2008;121(6):1281–1286.
35 Duffner PK, Baumann RJ. A synopsis of the American Academy of Pediatrics practice parameters on the evaluation and treatment of children with febrile seizures. Pediatr Rev. 1999;20(8):285–287.
36 Sadleir LG, Scheffer IE. Febrile seizures. BMJ. 2007;334(7588):307–311.
37 Mayoral CE, Marino RV, Rosenfield W, Greensher J. Alternating antipyretics: Is this an alternative?  Pediatrics. 2005;105(5):1009-1012.
38 Boyle W, Saine A. Lectures in Naturopathic Hydrotherapy. Sandy, OR: Eclectic Medical Publications; 1988.
39 Meremikwu M, Oyo-Ita A. Physical methods for treating fever in children. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(2):CD004264.
40 Wang D, Bukutu C, Thompson A, Vohra S. Complementary, Holistic, and Integrative Medicine: Fever. Pediatr. Rev. 2009;30(3);75-78.
41 Santich R, Bone K. Common childhood infections and fever management. In: Phytotherapy Essentials: Healthy Children Optimising Children’s Health with Herbs. Warwick, Australia: Phytotherapy Press; 2008.
42 Bove M. Fever. In: An Encyclopedia of Natural Healing for Children and Infants. 2nd ed. Harrisonburg, VA: Keats Publishing; 2001.
43 Zand J, Rountree R, Walton R. Fever. In: Smart Medicine for a Healthier Child. 2nd ed. New York, NY: Avery; 2003.
44 Ibid.
45 Ullman R, Reichenberg-Ullman J. Homeopathic Self-Care: The Quick and Easy Guide for the Whole Family. New York, NY: Three Rivers Press;1997: 165-167.
46 Lu HC. Philosophy and methods. In: Chinese Natural Cures: Traditional Methods for Remedy and Prevention. New York, NY: Black Dog and Leventhal Publishers;2005. 
47 Wang D, Bukutu C, Thompson A, Vohra S. Complementary, Holistic, and Integrative Medicine: Fever. Pediatr. Rev. 2009;30(3);75-78.
48 Kubo T, Nishimura H. Antipyretic effect of Mao-to, a Japanese herbal medicine, for treatment of type A influenza infection in children. Phytomedicine. 2007;14(2-3):96–101.
49 Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
50 Sullivan JE, Farrar HC. Fever and antipyretic use in children. Pediatrics. 2011;127(3):580-587.
51 Kramer MS, Naimark L, Leduc DG. Parental fever phobia and its correlates. Pediatrics. 1985;75(6):1110–1113.
52 Sullivan JE, Farrar HC. Fever and antipyretic use in children. Pediatrics. 2011;127(3):580-587.
53 Kramer MS, Etezadi-Amoli J, Ciampi A, Tange SM, Drummond KN, Mills EL, et al. Parents’ versus physicians values for clinical outcomes in young febrile children. Pediatrics. 1994;93(5):697-702.
54 Crocetti M, Moghbeli N, Serwint J, et al: Fever phobia revisited: have parental misconceptions about fever changed in 20 years?. Pediatrics 2001; 107(6):1241-1246.
55 Avner JR. Acute fever. Pediatr. Rev. 2009;30(1):5-13.
56 Mayo Foundation for Medical Education and Research. Mayo Clinic Website. http://www.mayoclinic.com/health/febrile-seizure/DS00346. Accessed March 29, 2011.
57 Miller RJ, Bailey J, Sullivan K. Clinical Inquiries: Does lowering a fever > 101 F in children improve clinical outcomes? J Fam Pract. 2010;59(6)353, 360.
58 Avner JR. Acute fever. Pediatr. Rev. 2009;30(1):5-13.
59 Crook J. Fever management: evaluating the use of ibuprofen and paracetamol. Paediatr Nurs. 2010;22(3):22-26.
60 Hay AD, Redmond NM, Costelloe C, Montgomery AA, Fletcher M, Hollinghurst S, Peters TJ. Paracetamol and ibuprofen for the treatment of fever in children: the PITCH randomised controlled trial. Health Technol Assess. 2009;13(27) iii-iv, ix-x, 1-163.
61 Sarrell EM, Wielunsky E, Cohen HA. Antipyretic treatment in young children with fever: acetaminophen, ibuprofen or both alternating in a randomized, double-blind study. Ach Pediatr Adolesc Med. 2006;160(2):197-202.
62 Doran TF, De Angelis C, Baumgardner RA, Mellits ED. Acetaminophen: more harm than good for chickenpox? J Pediatr. 1989;114(6):1045-8.
63 Sullivan JE, Farrar HC. Fever and antipyretic use in children. Pediatrics. 2011;127(3):580-587.

Autor: Erin Psota, ND

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mercúrio presente no marisco e no peixe aumenta risco para Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

Um estudo recente em 518 pessoas constatou que elevados níveis de mercúrio no corpo associado ao consumo de peixe e marisco aumenta o risco de desenvolver a doença de Lou Gehrig (ELA), uma doença neurodegenerativa que leva à paralisia e à morte. Entender os factores de risco da esclerose lateral amiotrófica possibilita-nos realizar alterações no nosso estilo de vida, como por exemplo, evitar o consumo de peixes e moluscos, de forma a prevenir esta doença e diminuir a incidência a longo prazo. Nota de pesquisa:  Pesquisas epidemiológicas como essa podem revelar novos factores comportamentais humanos ou exposições ambientais que nos levam à doença. Estudos a nível da população também podem fornecer uma visão ampla de como a doença se desenvolve em seres humanos que não teria sido prontamente descoberto em estudos animais ou celulares. Stommel E, Chen C, Caller T, et al. Fish consumption, mercury levels, and amyotrophic lateral sclerosis (ALS). Paper pr

O que levas para comer na Praia?!?

Que a praia abre o apetite já todos nós sabemos mas e que tal pôr a boa da bola de berlim (cheia de açúcar e gorduras trans que inflamam as células do nosso corpo) de lado e substitui-la por snacks saudáveis, nutritivos e de fácil assimilação?!? Deixo-vos a sugestão do snack que levámos hoje para a praia: Agora vamos escrutinar os ingredientes... - A boa da Laranja (se for algarvia então...) : Todos nós conhecemos a laranja pela sua riqueza em vitamina C, mas ela oferece um leque bem maior de nutrientes que vão além desta vitamina. É nutricionalmente rica em ácido fólico, cálcio, potássio, magnésio, fósforo e ferro, além de fibras, pectinas e flavonóides que aumentam o seu valor nutritivo. Depois de tudo isso, ainda é super antioxidante. Possui 170 diferentes tipos de fitoquímicos, incluindo mais de 60 flavonóides com propriedades anti-inflamatórias, anti-tumorais e que inibem a formação de coágulos sanguíneos. Como consequência é extremamente útil para quem quer controlar

Queres aprender a fazer uma Tintura de Gengibre?

Os benefícios do Gengibre já são há muito tempo conhecidos e cada vez mais estudados. Servem para inúmeras situações de doença com resultados extraordinários. Aqui, vou-te ensinar a fazer uma tintura de gengibre para que tenhas sempre esta incrivel raíz pronta a tomar em qualquer ocasião mas antes, espreita apenas alguns dos seus principais efeitos medicinais: Anti-Fungico – O Gengibre tem propriedades anti-fúngicas proeminentes contra uma vasta gama de fungos. Mycoses.  2003 Feb;46(1-2):29-37. Cancro - Vários estudos têm demonstrado a capacidade do gengibre para combater inúmeros tipos de células cancerígenas, incluindo da mama, cólon, pâncreas, próstata e cancro da pele. Pharmazie. 2008 Oct;63(10):774-6. Chem Biol Interact. 2009 Sep 14;181(1):77-84. doi: 10.1016/j.cbi.2009.05.012. Epub 2009 May 27. Mol Nutr Food Res. 2007 Dec;51(12):1492-502. Yonsei Med J. 2006 Oct 31;47(5):688-97. Gingerol inhibits metastasis of MDA-MB-231 human breast cancer cells Prevenção d